Despachando os encalhados – Use gôndolas centrais

12 de agosto de 2016

Não há lojista que aguente conferir o estoque sem ficar arrepiado de desgosto quando vê aqueles itens encalhados. Aquilo ocupa espaço, dá cheiro de guardado, junta poeira e dá um desânimo danado porque, se está tudo ali, o interesse por aquele produto foi baixo. Seja por ter qualidade duvidosa, seja por ser um modelo que agrada pouca gente (alguns itens de vestuário que entram na moda às vezes agradam menos do que a gente calculou).

Quando um lojista vê isso, a primeira coisa que pensa é: “vou fazer uma promoção e botar tudo isso pra fora a preço de custo; pelo menos prejuízo eu não levo”. E se mesmo assim a coisa encalhar? Bom, a verdade é às vezes encalha mesmo – mas também é verdade que promoções radicais assim dão, sim, uma boa esvaziada no estoque. Existem várias formas de fazer isso, que vão desde o uso de uma gôndola central promocional até a exibição dos produtos numa outlet (que, aliás, está muito em voga).

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Gôndola central e o público

Conheço gente que não gosta de gôndola central. Acha que dá uma impressão de coisa desorganizada, “fuleira” (sic), de produtos de baixa qualidade. Na verdade, esse dispositivo não costuma ser usado da melhor forma, mesmo.

Existem lojas de roupas de preço mais baixo – os chamados “lojões”, e tenho certeza que você se lembrou de algum aí – que usam a gôndola central para despachar o estoque encalhado. Costumam fazer isso por setor: uma gôndola com roupas infantis, uma para biquínis juvenis e adultos, um para lingerie… E aí o que acontece? Os clientes que chegam interessados naqueles produtos vão “fuçando” os produtos, puxando as peças de qualquer jeito e devolvendo-as simplesmente deixando cair. No fim do dia (aliás, antes do meio-dia), está tudo revirado, amarrotado, cordinhas arrancadas pelo descuido… e, sim, algumas podem ter sido inclusive furtadas. É claro que isso pega mal, tanto pelo movimento ao redor da gôndola quanto pelo péssimo visual dos produtos após tanta confusão.

O ideal é que a gôndola central seja manejada pelas vendedoras, apenas, para que elas manejem as peças com cuidado e depois a arrumem de volta. Caso a gôndola seja do tipo “cesta” e vá ser manejada apenas pelos clientes da loja, o correto é colocar produtos exatamente iguais e embalados (por exemplo, pacotes com meias). Assim, não haverá tanta confusão (já que todos os produtos ali são iguais) e não haverá uma desorganização tão feia, como no caso das roupas lançadas ali sem cuidado.

No caso de roupas em promoção, o mais adequado é disponibilizar uma arara exclusiva e com todas as peças penduradas. Isso, sozinho, já provocará nos clientes uma motivação para manter aquilo ali arrumadinho (nem que seja para evitar a vergonha).

Outlet para que te quero

Quando a gôndola central parece uma opção por demais “indelicada”, uma saída interessante e que vem sendo muito usada é enviar os produtos encalhados para uma outlet da loja. Alguns lojistas abrem uma loja nova só para isso, outros se juntam a lojistas de outros segmentos e montam uma outlet conjunta – que Poe ser temporária (em local alugado) ou permanente. Em geral, lojas de produtos de maior valor preferem essa opção, para poder agregar valor àquelas peças sem parecer um “descarte”. Mas não é mandatório.

E também não há garantias que essas formas de promoção vão esvaziar os estoques. Muitas vezes, pelo menos a metade ainda fica por ali mesmo. A saída é devolver para o fabricante ou, em casos específicos, fazer doações. Faz bem para o coração, mas não para o balanço mensal da loja, por isso muitos optam por devolver as mercadorias.

Você já precisou fazer promoções pra escoar o estoque encalhado?